segunda-feira, 7 de junho de 2010

Da tanxa e da fôdu


Sábado foi dia de casamento. Daqueles casamentos a que não apetece ir, mas lá tem que ser. A ideia até era à primeira oportunidade dizer que me tinha esquecido da roupa na máquina, que tinha que ir a casa pendurá-la para não debotar ou qualquer outra desculpa igualmente prosaica.
Mesmo com as expectativas ao nível do subsolo, o vestido de festa saiu do armário, as unhas coloriram-se com verniz e lá fui ao cabeleireiro. Pedi um ar feminino, sem ar de casamento e a mestra dos cabelos apanhou a madeixa que teima em cair pra os olhos, partiu-a em três, resgatou uma madeixa aqui e outra ali e fez-me uma trança. Ficou bem gira por sinal.
No domingo a dita trança aguentou-se, mas hoje de manhã tive que soltá-la para lavar a laca e os vincos.
Foi a pior coisa que podia ter feito. Quando acordou e me viu sem a trança, a minha filha Mariana ficou sentida. Não chorou, mas fez beicinho. "Mãe, a tanxa?!" E por mais que eu lhe explicásse o b-a-ba da higiénie ela teimava, incrédula "a tanxa, a tanxa...???!!!"
Posso mesmo arriscar que o desgosto foi quase do mesmo tamanho do desgosto que ela sentiu Domingo de manhã quando se olhou ao espelho. A "fôdu" (flor) "rosa fanxa" (cor de rosa) que ela tinha na cara resultado de uma pintura facial para crianças que aconteceu no casamento estava borrada. Da flor restava apenas a cor. Os contornos não resistiram ao atrito entre a cara e a almofada. Foi uma dor com direito a lágrimas e tudo.
Devo lembrar que as minhas filha têm apenas 2 anos e 9 meses. E já dão esta importância os penteados e maquilhagem. São tão deliciosamente vaidosas!

Estranhamente, a Margarida não quis pinturas faciais. Deve ter sido por estar febril. Mas depois do santo Brufen, dançaram tanto, brincaram tanto, andaram tanto nos baloiços... estavam tão bem-dispostas etão lindas! E eu e o marido também! ;)

Sem comentários: